Meditação Vipassana II
"I'll try anything once, twice if I like it"
Oscar Wilde
Pois é, meditar está-me no sangue, ou pelo menos quero que passe a estar, por isso mais uma vez dediquei 10 dias ao silencio, entreguei-me à rotina, vivi sem relógio, ao som de um sino que me indica o que fazer:
se estou a dormir o sino toca para me acordar;
se estou a meditar é hora de comer e descansar;
se estou a descansar devo ir meditar outra vez.
E assim, ao som das badaladas de um sino, os dias passam e confundem-se uns nos outros numa nevoa que apenas se clarifica quando tomo como referencia o que me ia na mente.
No corpo, senti uma vez mais as dores de estar sentada no chao 10 horas por dia, 3 das quais sem poder mexer um musculo. Senti o desconforto de dormir numa cama de ferro, e alguma fome por nao poder comer depois das 11h.
No espirito, senti o desconforto de dormir num dormitorio de 30 camas com apenas uma fina parede a separar o meu espaco e sem qualquer isolamento sonoro. Senti a energia negativa que estas mulheres, muitas das quais viveram os horrores do regime de Pol Pot, libertavam nos seus pesadelos. Partilhei o ressonar, o assoar, o supirar, o segredar. Partilhei a casa de banho e o duche e a mangueira que usavamos para lavar a roupa. E senti-me observada e analisada por estas mulheres curiosas com a ocidental que parece nao pertencer no meio de 30 cambodianas vestidas de branco, muitas de cabeca rapada em sinal de luto ou de que estao a viver o seu periodo monastico - durante um tempo sao como freiras, dedicam-se aa vida espiritual e aa busca da "iluminacao" para logo voltar aas suas familias renovadas.
E finalmente, quando aceitei as condicoes em que decidi viver durante 10 dias, abri as portas do meu subconsciente e forcei-me a enfrentar mais uma vez medos, frustações, dores, paixões, feridas abertas que está na hora de sarar.
Vi-me na forma de personagens, quase personalidades alternativas à Sofia que vive o dia-a-dia. Discuti com estas Sofia que vivem dentro de mim, lutei com elas, com o que elas representam: os velhos padrões comportamentais que quero identificar e romper.
E voltei ao mundo real um pouco mais forte, um pouco mais inteira, um pouco mais preparada para viver, ou isso espero.
Pagina web Vipassana
Oscar Wilde
Pois é, meditar está-me no sangue, ou pelo menos quero que passe a estar, por isso mais uma vez dediquei 10 dias ao silencio, entreguei-me à rotina, vivi sem relógio, ao som de um sino que me indica o que fazer:
se estou a dormir o sino toca para me acordar;
se estou a meditar é hora de comer e descansar;
se estou a descansar devo ir meditar outra vez.
E assim, ao som das badaladas de um sino, os dias passam e confundem-se uns nos outros numa nevoa que apenas se clarifica quando tomo como referencia o que me ia na mente.
No corpo, senti uma vez mais as dores de estar sentada no chao 10 horas por dia, 3 das quais sem poder mexer um musculo. Senti o desconforto de dormir numa cama de ferro, e alguma fome por nao poder comer depois das 11h.
No espirito, senti o desconforto de dormir num dormitorio de 30 camas com apenas uma fina parede a separar o meu espaco e sem qualquer isolamento sonoro. Senti a energia negativa que estas mulheres, muitas das quais viveram os horrores do regime de Pol Pot, libertavam nos seus pesadelos. Partilhei o ressonar, o assoar, o supirar, o segredar. Partilhei a casa de banho e o duche e a mangueira que usavamos para lavar a roupa. E senti-me observada e analisada por estas mulheres curiosas com a ocidental que parece nao pertencer no meio de 30 cambodianas vestidas de branco, muitas de cabeca rapada em sinal de luto ou de que estao a viver o seu periodo monastico - durante um tempo sao como freiras, dedicam-se aa vida espiritual e aa busca da "iluminacao" para logo voltar aas suas familias renovadas.
E finalmente, quando aceitei as condicoes em que decidi viver durante 10 dias, abri as portas do meu subconsciente e forcei-me a enfrentar mais uma vez medos, frustações, dores, paixões, feridas abertas que está na hora de sarar.
Vi-me na forma de personagens, quase personalidades alternativas à Sofia que vive o dia-a-dia. Discuti com estas Sofia que vivem dentro de mim, lutei com elas, com o que elas representam: os velhos padrões comportamentais que quero identificar e romper.
E voltei ao mundo real um pouco mais forte, um pouco mais inteira, um pouco mais preparada para viver, ou isso espero.
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