segunda-feira, outubro 24, 2005

Nota - Fotografias

Coloquei finalmente fotografias no texto de Mandvi e de Jaisalmer e ha um texto novo sobre o deserto dia 2 de outubro.

Correio Internacional

Hoje resolvi desfazer-me de uns livros que ja li mas que nao quero deixar para tras e de umas bujigangas que comprei. 1,5kg de tralha que me pesava na mochila.

Ao entrar na Sede dos Correios de Mumbai precisei de uns minutos para me adaptar ao formigueiro de gente! Milhares de pessoas a entrar a sair, filas e mais filas, volumes, sacos... Identifiquei o balcao de informacoes e dizem-me que o "international parcel service" e noutro edificio, nas traseiras, terceiro andar. "Comecamos mal!" Penso para mim mas enganei-me, a partir dai foi surreal mas engracado.

Primeiro e preciso preencher um impresso tamanho A4 em triplicado...
Oferecem-me uma folha de carbono quando ja vou a meio da terceira...

Depois, na sala ao lado, com os impressos na mao, falo com o funcionario que regista num livro enorme o meu nome e numero de passaporte, o conteudo do envio e seu valor e o destino. Apresenta-me ao Chefe de Servico que verifica que tudo o que digo que envio e o que digo, os livros sao livros, as bujigangas bujigangas. Impressos selados e assinados!

Na mesa numero 3 esta um senhor que agarra no meu embrulho, envolve-o num algodao branco e cose tudo a volta. Fica impecavel! Escrevo a morada e pago 30 rupias pelo servico (que nao e opcional).

E agora sente-se menina que e hora de almoco! Nao posso creer... cheios de sorrisos, sentam-se todos a volta de uma mesa e almocam enquanto eu espero o passo seguinte do processo. Como ja estou habituada ao Indian Way, espero descontraidamente. Ao fim de uns 15 minutos (pensei que seria mais) ate me oferecem um tchai!

Bom, na mesa numero 4 o meu pacote e carimbado e assinado pelo Chefe de Servico e selado com lacre vermelho. Ja esta. Agora e so enviar.

Volto ao balcao inicial. Quer de aviao ou por mar? Sao 2 semanas versus 3 meses. Por razoes obvias e-me indiferente, desta vez o pacote so contem coisas minhas mesmo, mas como a diferenca de preco e pouca decido aviao, assim chega rapido e nao penso mais no assunto.

E pronto. 1h30 depois, enviado o 1,5kg que me sobrava. ;-)


PS tentei tirar fotografias mas nao me deixaram... Escritorio alfandegario, nem pensar... uma pena...

Mumbai

Mumbai ou Bombay e uma cidade impressionante!

Cheguei no Sabado, pelo meio-dia. Depois de me instalar no hotel (carissimo mas apetecia-me uma casa de banho limpa segundo os padroes ocidentais e soube-me lindamente!) almocei num restaurante demasiado turistico e dirigi-me a baia evitando como podia os vendedores e o mau humor que eles me provocavam (tive melhores resultados com o segundo do que com os primeiros).

Cheguei a India Gate mesmo a tempo de apanhar o ultimo ferry para Elephanta Island. Este e um destino popular entre os turistas locais. Faco a viagem rodeada de familias de classe-media indianas e casalinhos apaixonados.

As grutas sao imponentes mas estao muito estragas, sujas, sem nenhuma iluminacao, sem informacao... nao me demoro e volto para o barco. Na volta assisto a um por-de-sol deslumbrante sobre a cidade! Valeu a pena so por isto!

Demoro-me na volta ao hotel passeando pelas ruas de Colaba, o bairro mais fashion de Bombaim! Apetecia-me jantar fora mas adormeco cedo... Estou mais cansada da viagem de comboio do que tinha reparado...

Domingo acordo cedissimo e resolvo aproveitar o fresco da manha para ir a pe ate Victoria Train Station (agora chamada o impronunciavel nome de Chhatrapati Shivaji Terminus) comprar o bilhete para Goa.

No caminho aprecio a calma da cidade ainda meia a dormir. Tenho tempo para parar a olhar os predios, as ruas, os jardins tropicais... Num enorme relvado assisto a umas centenas de rapazes a jogar cricket, muitos equipados a rigor, todos de branco. E mesmo ao lado, barracas onde devem viver, sem um minimo de condicoes, outra centena de pessoas, duas realidades tao diferentes, lado a lado.

Nao resisto e vou ao McDonalds! Nao quero um hamburguer, quero uma coca-cola cheia gelo! Hum... Gelo... Que saudades! :-) Ja que estou a matar saudades dos pequenos luxos ocidentais resolvo almocar pizza. Encontro uma pizzeria com uma vista deslumbrante para a bahia. Sinto que estou no Rio de Janeiro!

A tarde visito o Prince of Wales Museum que agora tambem tem um novo nome indiano ainda mais impornunciavel! Que mania tem esta gente de confundir os turistas! ;-)

Hoje tive a infeliz ideia de ir a um bazar... A poluicao atmosferica, sonora, visual e humana quase me sufocam! Fugi de taxi de volta para Colaba de onde nao tenho a intencao de sair ate ir directamente para o comboio que me levara esta noite para Goa.

Gostei muito de Mumbai! Da sua arquitectura sombria, dos jardins, da baia.
E uma cidade muito mais ocidentalizada, nao ha vacas pelas ruas, ha semaforos e sinais de transito, passeios, lojas modernas (Bennetton, Levis, Louis Vitton...) mas com um toque oriental que lhe da um sabor unico. Gostei muito!

sexta-feira, outubro 21, 2005

Meditacao Vipassana

Parti de Mandvi rumo ao campo de meditacao em Bada com a sensacao de que o que aprenderia nos 10 dias seguintes seria dificil de aprender, mas bom de saber.

Nao pensei que fosse tao dificil... nem tao bom!

10 dias sem qualquer comunicacao exterior a mim mesma.
Durante toda a nossa estadia no campo (eramos 14 estudantes, 4 ocidentais) ninguem olha para nos, raramente nos dirigem a palavra, nao podemos conversar, nem trocar mensagens escritas em papel ou gestuais. Entreguei a chegada os livros, o diario, o leitor de mp3, o telemovel... A unica coisa que tinha para ler era um folheto com as regras do campo e as bulas dos medicamentos que transporto (li todas!).

10 dias para aprender a meditar.
Meditar nao e o que esperava. Nao sei bem o que esperava, talvez um objecto exterior em que me concentrar, uma vela. Mantras para recitar, ritos para aprender... Nada disso! Pelo contrario, na tecnica Vipassana o unico objecto de concentracao e a respiracao. Inspirar, expirar, inspirar, expirar. Agora tentem so pensar na vossa respiracao durante uns minutos. Fechem os olhos e observem com a mente o vosso nariz e as sensacoes que a respiracao provoca nas narinas, no beico superior... inspirar, expirar. Observem, nao controlem a respiracao.

...

...

...

Dificil, nao e?! 3 respiracoes e... ja estou a notar no barulho da ventoinha que parece um helicoptero e derrepente estou com os skis nos pes a saltar para uma montanha branca de neve lisa... lisa... e a descer a montanha deixando atras de mim uma serpente... Ui! Tenho de ter cuidado, sera que ha cobras na india? E se fico doente? Que merda nao comprei as agulhas. Ja dizia o argentino que o amigo dele tinha ficado doente na Tailandia e que tinha sido uma chatice... Ah! A Tailandia... Hum... Ou vou pensar no argentino? Mas! Eu devia estar a reparar na respiracao!

A mente foge, parece um animal selvagem, indomesticavel!

10 dias para inventar um universo paralelo.
Seria impossivel sequer chegar proximo de escrever aqui o que tive tempo para inventar. Se normalmente a minha mente ja e bastante teatral e dramatica, chegando aos limites do kitch, nestas 240 horas de silencio eu casei com X, Y e Z. Tive gemeos, gemeas, fui mae solteira... Viajei por sitios exoticos. Casei todas as minhas amigas. Matei alguns parentes... Montei diversos negocios. Dediquei-me a mil hobbies. Relembrei livros, filmes, lugares. Revivi momentos, conversas, mudando um ou outro detalhe de acordo com a minha conveniencia... Inventei dialogos e discussoes com amigos e desconhecidos onde invariavelmente os meus argumentos prevaleciam sobre os dos outros (ou nao fosse a minha mente um animal, alem de dificil de domesticar, egocentrico e com tendencia para complexos de superioridade). Enfim... um mundo novo com pouco de admiravel...

No entanto...

Seria extraordinariamente triste se meditar fosse so isso.
Viver um mundo a parte onde os nossos medos desaparecem e as paixoes sao saboreadas sem impedimentos nem consequencias. Nao serviria para nada senao para nos disgustar ainda mais ter de viver no mundo real. Com a existencia de um tal universo forte e aparentemente idilico, tudo o resto e cinzento, frustante, triste...

Nao. Meditar e o oposto disto.
Meditar e acabar com os medos e as paixoes, as aversoes e os desejos, com o ego, com os condicionalismos, com as vivencias no passado ou no futuro.
Meditar e encontrar a verdade dentro de nos.

E a partir do 4. dia, continuei a sonhar acordada 90% do tempo, mas durante os restantes 10%, com a tecnica que aprendi, comecei pouco a pouco a resolver feridas antigas, a enfrentar os meus defeitos, a fortalecer as minhas qualidades. (Gostava de poder dizer que a proporcao era a inversa mas ainda nao cheguei la, ainda!)

Chorei, tive medo, arrependi-me, senti abandono.
Ri-me de mim mesma, dos meus desejos, das minhas paixoes.
Enfrentei a minha inocencia e a minha persersao.

Passei possivelmente dos momentos mais dificeis da minha vida. Tive vontade de fugir, achei que me estavam a fazer um lavagem cerebral, achei que aquilo era uma tortura, preguntei-me "mas porque e que esta gente volta? E faz cursos mais longos? E vem para aqui trabalhar de graca?" (havia bastantes estudantes que eram repetentes, o curso e gratis, funciona apenas com donacoes de antigos estudantes e trabalho voluntario)

E no fim destes 10 dias sinto-me uma pessoa diferente.

Que quiser e puder tentar, eu recomendo sem sombra de duvida.
Vipassana Meditation Website


quinta-feira, outubro 20, 2005

Bhuj

Depois de 10 dias em retiro soube-me bem voltar ao movimento de uma cidade.

Bhuj sofreu um terramoto em 2001 (link para fotografias) e ainda ha muito por reconstruir.
Entre a corrupcao dos governos central, regional e local e o modo indiano de fazer as coisas a reconstruccao tarda e ainda ha gente a viver em tendas, ruas esventradas, estradas por reconstruir...

Assaltam-me pensamentos de que na Europa nunca nos apercebemos do desvastadores que sao realmente estes desastres nos paises sub-deselvolvidos, nao so pela destruicao no momento mas tambem pelo tempo que demora a reconstruccao... Tragedias como os terramotos na Turquia e Irao em 2003, o Tsunami em 2004 e agora o terramoto no Paquistao afectam as vidas destes povos durante anos, senao mesmo decadas... Lembro-me de ouvir no inicio deste ano que a reconstruccao do Tsunami demoraria 15 a 20 anos, achei um exagero, aqui vejo que nao e.

Choro ao ver imagens do Paquistao...

No entanto, ha sempre um lado positivo. Os desastres, como as guerras, sao bons para a economia. Aumenta a procura, aumenta a oferta de trabalho, entra-se num ciclo vicioso de expansao e isso notasse claramente em Bhuj. A cidade borbulha de actividade! As lojas sao todas novas e modernas. As pessoas atarefadas.

Amanha sigo para Mumbai.

sexta-feira, outubro 07, 2005

Mandvi

Terrinha pequena, a beira do oceano indico, na regiao de Kutch, Mandvi com cerca de 40.000 habitantes parece uma aldeia, uma aldeia a beira mar. Aqui estou a habituar-me aos modos indianos melhor do que em Delhi ou Jaisalmer.

As pessoas sao muito simpaticas, sorriem sempre, todos me dizem ola (Namaste) quando passo e tentam ajudar sempre que procuro ajuda, apesar de falarem pouco ingles. As criancas seguem-me e escondem-se envergonhadas quando tento falar com elas. Os vendedores nao me perseguem e ja me estou a habituar as multidoes que se formam a minha volta.

Comprei fruta no Mercado.



Bebi tchai com os homens locais.

Conversei com um enfermeiro que me explicou que em Mandvi so ha boa gente. Constructores de barcos de madeira que levam peregrinos muculmanos ate a Arabia Saudita, ou tabaco e tecidos ate africa. Agricultores. Artesaos. Gente simples e honesta.


Pouco a pouco vou-me sentindo mais a vontade com a maquina fotografica na mao. Ate agora, sentia-me um pouco intrusa ou esquecia-me por completo da maquina. Todos ficam radiantes com o simples facto de lhes tirar uma fotografia, nao lhes importa para onde vai essa imagem, acham piada ao simples facto de aparecerem. Infelizmente as mulheres sao bastante mais timidas e nao me deixam fotografar. Fico com pena porque os sarees daqui sao bem diferentes dos que vi antes.

Aluguei uma bicicleta e tenho dado longos passeios pela zona, acompanhada pela Liisa e o Rene que nao gostaram de Bhuj e apareceram ca.





As praias nao sao idilicas mas estao quase desertas. Ainda assim a Liisa e eu tomamos banho vestidas para nao chocar com os nossos biquinis a sensibilidade da occasional familia Indiana que aparece.



Numa aldeia a 8 km daqui fomos a sensacao do dia. Rodearam-nos e encheram-nos de perguntas. Um deles queria casar comigo! Ofereceram-nos sandwiches de almoco e agua e levaram-nos a aldeia seguinte (onde so havia peixe seco... deixo a descricao da poderoso cheiro a vossa iamaginacao...)



terça-feira, outubro 04, 2005

As piores 24h da viagem (ate agora)

15h Jaisalmer, apanho uma camioneta para Bhuj, no estado de Gujarat a 600 km de distancia.

Quando vi a carripana em que me estava a meter achei que nao podia ser verdade…

Bancos corridos, sem separacao entre cada lugar. Janelas enferrujadas. Ar condicionado nem ve-lo. Imagens de Shiva e flores decoravam a separacao entre o motorista e os passageiros. Apinhado! Quente! Sujo! A viagem promete ser longa… 16h aqui metida…

Dois outros turistas, a Liisa e o Rene, acompanham-me nesta odisseia. Ja estao habituados as camionetas mas sorriem compreensivos com o meu espanto.

16h primeira paragem, aldeia ainda no deserto.

Somos rodeados por uma multidao que nos olha sem pudor. A Liisa e o Rene tambem ja estao habituados a isto. Quando saimos de zonas turisticas, somos tao exoticos para eles como eles sao para nos, por isso olham-nos e seguem-nos como se fossemos macaquinhos num jardim zoologico… Muito constrangedor… Acho que prefiro os vendedores chatos.

22h paragem para jantar, barraca a beira da estrada

Uma barraca de Madeira com musica aos berros onde a Liisa e eu somos as unicas mulheres. Ha cama enferrujadas para descansar do caminho. Mais uma vez somos olhados sem pudor.

Nao confio no cheiro da comida por isso como um pacote de bolachas de agua e sal, gordurosas e meio velhas.

Estou a ficar deprimida…

23h – 6h Dentro da carripana…

Os dois homens e uma crianca pequena que vao sentados ao meu lado dormem e ressonam caindo para cima de mim. Sinto o calor humano dentro da camioneta. O cheiro podia ser pior mas… Tenho calor. Estou suja. A poeira do deserto penetra tudo e forma uma pasta laranja sobre a minha pele suada. Os meus pes estao a inchar a cada momento. Durmo um sono leve e pouco reparardor mas que pelo menos ajuda a passar o tempo. Que calor! Isto e um pesadelo!

9h Bhuj

Chegamos! 18h de inferno! Nem acredito no inchaco dos meus pes. Ainda por cima um bicho mordeu-me o tornozelo e mal posso por o pe no chao… Socorro!

Mas ainda ha mais… A 200 interminaveis metros da paragem encontro os jeeps que me levaram a Mandvi. Uma vez mais aperto-me num banco onde vai mais gente do que a que cabe. Ar condicionado? Era bom, era!

10h30 Mandvi, hotel Sahara (recomendado pelo Rough Guide sabesse la porque, este vai ter direito a mail de reclamacao)

Um antro. Demasiado mau. No primeiro quarto que me mostram a casa de banho esta manchada de tudo por todo o lado… nao quero nem imaginar o que aconteceu ali… No Segundo quarto nao ha agua, mas estou tao cansada que fico. Adormeco com os pes para cima para tentar resolver o inchaco.

13h Tenho fome… (nao comi mais nada depois das bolachas)

Ainda nao ha agua. Arrasto-me para o restaurante mais proximo, suja, esfomeada onde encontro uma inglesa que me recomenda o hotel onde ela esta. Olha-me compreensiva e pergunta ha quanto tempo estou na India. Uma semana… ainda nao me habituei… estou a beira das lagrimas.

14h Discuto com o dono do Sahara.

Ainda nao ha agua e quero usar as poucas forcas que o almoco me deu para sair dali . Acabo por lhe dar 50 Rupias (1 euro mas nao lhe devia ter dado nada) e vou-me embora. Ainda com os pes inchados faco de Rickshaw os 800 metros que separam os dois hoteis.

14h30 Rukmavati Hotel

Um quarto limpo! Um duche! Uma cama!

ESTOU NO PARAISO!

segunda-feira, outubro 03, 2005

Jaisalmer

Uma cidade no deserto, Jaisalmer e um polo turistico por excelencia.

Construido numa colina, o forte cor de areia, domina a larga planicie do deserto de Thar. O bazaar principal, uma rua estreita cheia de lojas esta dominado por vendedores incansaveis que tentam empurrar os turistas para as suas lojas cheias de souvenirs. Brincos, pulsieras, roupa de todas as cores, postais e livros em ingles, ha um pouco de tudo.

Estou cansada dos vendedores por isso nao paro para ver a mercadoria.

Ao anoitecer, tudo se ilumina e a cidade parece ganha uma atmosfera mais arabe do que Indiana, como um conto das mil e uma noites.


Seguindo as indicacoes do guia encontrei um restaurante com uma vista soberba para o forte iluminado com luzes amareladas que lhe dao um tom dourado.

Desde que cheguei mantenho uma alimentacao estrictamente vegetariana.

Entre os cortes de luz constantes, que fazem pensar na quantidade de vezes que os frigorificos nao funcionam, e os avisos que tive de varios turistas, nao acredito na seguranca da carne.

A India e um bom sitio para ser vegetariano. Ha mil vegetais e cereais cozinhados com todo o tipo de especiarias. Espinafres, batata, beringelas, tomate, ervilhas, e outros que nao consigo identificar misturam-se com lentilhas e farinhas de milho em molhos de cor e sabor fortes, sempre acompanhados de chapattis ou arroz basmati. Quase nunca ha talheres por isso vou-me habituando a comer com as maos. As doses sao gigantes e ainda nao paguei mais de 2,5 euros por nenhuma refeicao.

Sinto-me poeirenta. Tudo esta coberto por uma fina camada de areia cor de laranja. A agressividade deste ambiente vee-se nas caras das pessoas que vivem aqui. Sao escuros e enrrugados, todos parecem mais velhos do que sao.

domingo, outubro 02, 2005

O Deserto

Este e o Coca-Cola.

(Sim! Nao estou a gozar, o meu camelo chamava-se Coca-Cola!)


E este e o Coca-Cola todo equipado para me levar pelo deserto.


E como ha imagens que valem mil palavras:



Acampamos na duna durante a noite. Bom, acampar… dormimos ao relento,

E o ceu e, o ceu e… indescriptivel!

Milhoes e milhoes e milhoes de estrelas.
Um tapete interminavel, de este a oeste, de norte a sul, em todo o horizonte, estrelas!