quarta-feira, novembro 30, 2005

finalis horribilis

Apanhei uma valente desinteria bacteriana que me toldou os movimentos durante os ultimos dias.

Sintomas: dores no corpo, caimbras abdominais, febre e corridas a casa de banho...

Resultado:
domingo cama
segunda-feira viagem do inferno parte II (lembram das minhas piores 24h?) voltar a Delhi com os intestinos em estado de guerra e... vou-vos poupar a descripcao...
terca-feira cama outra vez (tenham em conta o que e estar de cama num hotel...)

Quarta-feira, ontem, la me arrastei para o aeroporto onde, pela primeira vez, fui abordada por um indiano com claras mas intencoes... nao sei onde ele queria chegar, nem lhe dei tempo para nada antes de chamar a seguranca, mas se ja estava mal disposta, fiquei feita num oito e so me queria ir embora...

2 meses fantasticos e os ultimos 4 dias...


Para doentinha ate podia estar com pior aspecto... :)


PS obrigada Michelle por me aturares neste muito mau momento de viagem...

Para concluir a India, mais uma fotografias







sexta-feira, novembro 25, 2005

Rishikesh

Rishikesh foi uma experiencia um pouco esquizofrénica...

Por um lado, a beleza natural da paisagem. Esta era a vista da janela do meu quarto...



Depois, os desportos radicais...


Rafting num rio sagrado? Porque nao?! Ah! Sim, este é o Ganges.

Um pouco de turismo puro.

Esta é a Michelle, não sei o nome da rapariga... ;)

deste senhor não sei nem o nome, nem o objectivo, acho que estava ali so mesmo para a fotografia...

E por ultimo a experiencia mistica...

Todas as noites, depois do por do sol, nas margens do Ganges, realiza-se aqui a mesma cerimonia que em Varanasi. A diferenca é que desta vez, os Brahmans não estao em sincronia, não ha nenhuma maquina fotografica a vista (nem a minha) e a Michelle e eu somos as unicas turistas.

Foi uma experiencia unica participar nesta cerimonia lado a lado com verdadeiros crentes hindus.

Os brahmans ou sacerdotes purificam-se com fogo e oferecem a deusa flores, incenso e doces. As oferendas sao repartidas pela assistencia que esta a menos de 2 metros de distancia da margem do rio onde decorre o ritual. Todos cantam, batem palmas. Somos implicitamente convidadas a participar repetidas vezes, dão-nos flores, dão-nos doces, dão-nos sorrisos. Num momento determinado tudo o que temos nas mãos e atirado ao rio, oferecido a deusa. A cerimonia acaba com toda a gente a comer os doces que os sacerdotes repartem pela multidão.


Não sei o que quer dizer cada gesto. Não sei o que diz a letra do que cantavam. Mas vivi um momento de fé, um momento de entrega a um poder maior que ouve e atende as esperanças de quem acredita.

domingo, novembro 20, 2005

Varanasi

Varanasi ou Benares é um local sagrado há milhares de anos.


Os Hindus acreditam que se morrerem aqui serão libertados do eterno ciclo da reencarnação. Se banhar-se nas aguas do Ganges é sempre purificador, aqui o efeito é multiplicado. Muitos vem aqui melhorar o seu karma, ou vem para morrer.


O fumo das piras de cremacão a ceu aberto invade o ar a todas as horas. Cheira a madeira acre que pica nos olhos e na garganta...

Os Budistas acreditam que Buddha deu o seu primeiro sermão a poucos km daqui, em Sarnath.

Peregrinos em Sarnath.

Para qualquer pessoa que visite a cidade, a energia de milénios de oração, os templos, o Ganges... É quase palpável.

ghats - os degraus que dão acesso à água, vistos desde o Ganges

Durante a madrugada, desde o nascer do sol até às 8h da manhã, Varanasi pertence às esperanças de gerações e gerações de peregrinos, pertence aos rituais, às cremações, às ofertas de flores e arroz. Pertence à deusa Ganges que corre desde o mundo dos deuses ao sub-mundo e carrega no seu leito as preces de amor, de felicidade, de justiça...

Pertence aos monges que meditam nas suas margens, aos yogis que saudam o nascer do sol, aos sadus que se despertam com as primeiras luzes.

Sadus ou Homens Santos dedicam a sua vida a procura da iluminacao, do sentido da vida. Vivem com pouco ou nada, da caridade dos outros.

Pertence-me a mim, que procuro aqui algo que nem sei bem o que é mas que sinto me enche a alma com cada amanhecer à beira rio.


Depois... depois é hora de pensar nas preocupacoes mais mundanas da vida e deixar passar o turismo e todos os seus actores.

Turismo... essa forca criadora de riqueza económica e destruidora de tudo o resto (em alguns casos...) Nos ghats (degraus que dão acesso à agua) há mais vendedores, massagistas e barqueiros do que pessoas normais. Todas as crianças pedem dinheiro, canetas... claramente não precisam de nada, pedem por reflexo, porque turista no circuito mais comum na Índia quer dizer dinheiro...

Ao fim do dia assisto a uma cerimonia que me desilude pela sua magnitude.


5 brahmans vestidos cada um de sua cor realizam em sincronia a oferta de flores, incenso e doces à deusa Ganges. A musica estridente que os altifalantes vomitam até nem me incomoda, a final este é um povo barulhento. Mas a encenação, a sincronia, os flashes das máquinas fotográficas... da minha máquina fotográfica...

Mas nem tudo está perdido! No dia seguinte, mais longe do ghat principal, encontro uma puja mais simples, com uma assistencia mais real.



No entanto, só em Rishikesh sentirei pela primeira vez a linguagem universal que caracteriza estas cerimónias.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Kolkatta

Hoje fui a Shanti Nan, uma casa de acolhimento para mulheres pobres e mentalmente incapazes gerida pelas Missionárias da Caridade, a ordem fundada pela Madre Teresa de Calcutá.

O edifício que acolhe as cerca de 150 mulheres que ali sobrevivem fica numa propriedade tranquila fora do centro mas dentro da cidade, longe das buzinas e barulho do transito. O prédio cinzento, de 3 andares, forma um pátio central com relva e algumas árvores. No r/c, na ward D, passei a manhã, das 8h as 12h, com outras duas voluntárias.

As mulheres que ali vivem já não são capazes de sobreviver na rua. Foram abandonadas ou vendidas, adoeceram, tiveram lepra, foram prostituidas e escravizadas. E enlouqueceram.

Nos seus corpos vejo as marcas deste abandono, as cicatrizes das doenças, das feridas. Mas o que esta mais ferido é a sua alma...

Aparentemente, não há nenhuma tentativa de as tratar, de as estimular. São encharcadas em comprimidos e mantidas calmas a base de terapias com choques eléctricos. De cabelo rapado para evitar piolhos, vestidas com roupas surreais doadas em grande quantidade, parecem usar uniforme, mas um uniforme que não enquadra... Na ward D, hoje, mais de metade usava um pólo vermelho com o nome Richard Thompson bordado a amarelo...

Quando nos viram chegar, agarraram-nos as mãos, abraçaram-nos, tocaram-nos os pés. Sorriam desdentadas "Good morning, auntie! Good morning!"

Passamos a manha a fazer um pouco de nada... ajudamos a fazer camas, penduramos roupa, cozemos as iniciais D.W (D Ward) nos vestidos demasiados pequenos que chegaram como doação. Tudo tarefas que algumas mulheres são capazes de fazer perfeitamente sozinhas. Algumas ressentem abertamente a nossa presença. Umas das irmas recusa a ajuda das voluntárias, não podemos ir a ward C.

"Tudo o que precisam é de Amor e Carinho." dizia-me uma das voluntárias, uma inglesa reformada de ser dona de casa que vive em Franca e esta hospedada com a amiga num hotel de cinco estrelas durante as duas semanas de voluntariado que as trouxeram a Calcutá.

O "Amor e Carinho" de que falávamos é dado na forma de verniz. Fazem fila para que lhes pintemos as unhas! Também há umas aguarelas que as voluntárias compraram, o centro não tem qualquer material recreativo próprio.

Observo as mulheres... deitadas pelo chão, encostadas a paredes, com os olhos vazios, sem esperança.

Apercebo-me do desconforto das voluntárias. Uma delas diz-me que só não se vai embora porque moveu a vida toda para vir para Calcutá um mês e não vai desistir. Trabalho, filhas, marido. Ficou tudo em standby para vir para a Índia pintar as unhas a mulheres loucas.

Ontem, outros voluntários, que estão cá há mais tempo e que ficam por períodos de 6 meses, 1 ano ou mais, diziam-me que muitas pessoas vêem aqui pela sua própria experiência pessoal, para viver a sua "experiência de miséria", para curar as suas feridas emocionais e não só olhando a miséria dos outros. Segundo eles, os que ficam mais tempo (eles proprios) são os mais egoístas de todos porque retiram muito mais desta entrega do que dão.

Mas no fundo, tudo é inútil. "No sirve de nada! Hay milliones muriendose... nosotros solo encontramos algunos."

Não concordo, as mulheres que vi estão melhor ali do que nas ruas. Os moribundos de Khalighat morrem mais tranquilos, com algum conforto. Sem estes voluntários morreriam sozinhos, na rua, como cães. Precisam de facto deste Amor e Carinho. Não tenho duvida que as mulheres de Shanti Nan estão melhor ali do que na rua, a ser comidas vivas pelas ratazanas.

Mas pergunto se isto é tudo o que podemos fazer por elas? Uma obra como a da Madre Teresa com certeza tem dinheiro para mais do que isto! Ajuda médica, profissional, estímulos, condicoes para viver uma vida saudável.

A tarde descubro que é impossível saber quanto dinheiro tem as Missionárias da Caridade e onde o gastam porque não há números publicados e ha algumas criticas... Descubro também que a sua missão é "salvar e santificar os mais pobres dos pobres", i.e., baptizá-los antes de morrerem.

No fundo o que precisavam era de condicoes para não ter chegado aqui... Não ter nascido ou não ter caído no inquebrável ciclo de pobreza onde pouco dinheiro gera ainda menos dinheiro...

Ou talvez não...

Na India vi pessoas que aceitam a pobreza com um sorriso luminoso, não pedem nada, não desejam nada mais do que tem, partilham tudo, são felizes com os seus trapos, nas suas barracas... vivem a sua religião em cada momento, desde o amanhecer ao anoitecer. Veem Deus em tudo, em todos os actos, em todos os acontecimentos. Serão eles os verdadeiros iluminados?

Para as mulheres de Shanti Nan os breves momentos que passamos com elas são mais do que suficientes.

Eu fico dividida entre a minha mentalidade ocidental que as quer inundar de condicoes practicas (camas, actividades didacticas, tratamento psiquiatrico) o melhor que o dinheiro possa comprar... e esta estranha forma de vida asiatica onde basta em olhar, um sorriso e partilhar o que se tiver.

Transito

No caotico transito indiano, parecem nao haver regras fixas excepto uma: apita sempre que puderes!



E os sinais de transito sao no minimo sui generis.


terça-feira, novembro 15, 2005

Feriado

Hoje é feriado na Índia.

Mas claro que não poderia ser simples descobrir porquê...

Investigo um pouco na internet e descubro aqui que se festeja a data de nascimento do fundador da religião Sik. Mas nesta outra página descubro que afinal ele nasceu dia 15 de Abril...

É assim mesmo The Indian Way, o importante é confundir o turista! ;)

sexta-feira, novembro 11, 2005

Como queiras...

Acordei com o comboio já parado na estação. São 7 da manhã. Perfeito! Uma noite bem dormida e acordo do outro lado na Índia.

Um pouco estremunhada mas bem disposta começo a dirigir-me ao hotel onde tinha pensado ficar mas ele tem outras ideias. Quer parar no balcão de informação e talvez ficar num hotel perto da estação. Espero-o afastada do mar de gente que empurra e grita a volta do dito balcão. Começo logo a ficar nervosa com a descrição pouco simpática que ele faz do homem que o atendeu ao regressar. Não havia de estar impaciente o pobre coitado a estas horas, com esta inundação de gente e o turista a perguntar se é melhor ir de comboio ou de camioneta... Estamos na estação de comboios... Não digo nada.

Bom. Vamos embora. De rickshaw que não estou para mais caminhadas de mochila as costas para poupar 40 cêntimos. "Como queiras..."

Encontrar hotel foi uma pequena odisseia... Onde eu tinha escolhido (que tinha muito boa pinta) começam os problemas. Se há dormitorio, se não há. Se o quarto single era o único, se não era... Sei que a culpa não é dele mas culpo-o porque se estivesse sozinha nada disto acontecia e em 15 minutos já estaria instalada.

"Seguimos para outro?" "Como queiras..."

Ele arrastasse atrás de mim (está doente mas podia fazer um esforço, anda a arrastar-se há 4 dias sem um sorriso...) Andamos de porta em porta, de rua em rua, até ao Cristal Hotel. 2 quartos impecaveis por 150 rp (3 euros) cada um. Perfeito! Um duche quente! Fico feliz outra vez. Ainda por cima mesmo em frente há um lavandaria com maquinas de lavar roupa a sério! A minha roupa encardida de ser mal lavada a mão, toda limpinha outra vez! Agora estou radiante!

Pequeno-almoço. "Vamos aquele? Tem boa pinta!" "Como queiras..." E sentasse a minha frente com cara de enterro. Ora bolas! Que chatice!

Falamos do que fazer hoje e nos próximo dias e começo a ficar impaciente com ele e comigo...

O pior é que tudo o que é indiano lhe parece horrível. A forma de falar, a forma de tratar os clientes, os passageiros dos comboios, os miúdos que andam a pedir "Two rupees! Two rupees!" (aos japoneses pedem 20 e as vezes mais! espertos!), a lentidão de todos os processos, os vendedores "Come see my shop! Just looking, no buying!", os condutores de rickshaw que abrandam ao nosso lado "where are you going?"... Não vou dizer que estes são os melhores aspectos da Índia, mas para que lutar contra a maré? E ainda por cima de mau humor... Até posso explicar ao revisor que acho que ele esta a ser antipático, seja lá qual for a utilidade disso, mas não posso deixar que a antipatia dele me afecte a mim, transformando-me a mim numa antipática.

Pouco a pouco, deixo-me influenciar por esta forma negativa de ver a Índia e também eu respondo mal, deixo de sorrir, carrego uma nuvenzinha negra sobre a cabeça...

Sinto-me culpada mas não posso continuar a viajar com ele. É bom rapaz, é boa pessoa, mas tem um problema grave de negatividade. Deixa-me ansiosa, tudo parece mais difícil!

Separamo-nos. "Como queiras..." É como se tivesse abandonado uma criança de 5 anos...

quinta-feira, novembro 10, 2005

Cochin

Cheguei a Cochin de madrugada. Ainda meia a dormir, arrastei-me atras do Laurent (um professor de escola primaria que tambem estava em Paradise Beach) ate ao ferry que nos levou a Fort Cochin, a zona onde queriamos ficar. Ao chegar, outra caminhada de mochila as costas, agora ja bem acordada. (Mas porque e que nao vamos de taxi? Nao nos custaria mais de 20 rupias a cada um...) Encontramos 2 quartos minusculos numa casa particular de uma simpatica familia.


















Depois de tomar banho e do pequeno-almoco passeamos todo o dia. Fort Cochin e um bairro que mistura galerias de arte e cafes cosmopolitas com entrepostos comerciais de especiarias, frutos secos e cha que nos transportam para a epoca dos descobrimentos.

Fomos convidados para tomar cha por um artista indiano, Ananda, cuja galeria tinhamos visitado de manha. Falamos de desenvolvimento, de economia, do impacto do turismo na India...


















Assitimos a um espectaculo de Kathakali especialmente preparado para turistas, onde podemos assitir a maquilhagem, e as tradicionais 6 horas sao reduzidas a 45 minutos. Ainda assim, esta danca espiritual parece-nos pesada, nao compreendemos as tradicoes, o ritual, os significados desta linguagem gestual, a entrega dos bailarinos...

A demonstracao de Kalarippayat e bastante menos profissional mas enternecedora. O amor do "apresentador" por esta arte marcial centenar e tocante, e o esforco dos artistas amadores por mostrar a sua practica admiravel.

Mas a principal atraccao de Kerala sao as backwaters, um imenso sistema de aguas salgadas e doces que entra terra a dentro formando milhares de ilhas. A paisagem e deslumbrante. O silencio acolhedor.

Tinha planeado ficar aqui uns tempos mas com as 2 semanas de praia em Goa e Karnataka decido seguir viagem para Chennai.

domingo, novembro 06, 2005

Paradise Beach




Como seria de esperar o caminho para o Paraiso nao foi facil!

1 hora de espera pela camioneta.
Meia-hora dentro da camioneta. Quente, humida, suja e extraordinariamente mal-cheirosa que sacudia de tal forma que parecia uma batedeira.
Meia-hora na floresta (tambem quente e humida), de mochila as costas, por altos e baixos, meia perdida com a noite a aproximar-se a uma velocidade vertiginosa... pensei "se me perder mesmo ninguem me encontra..."

Mas depois desta odisseia de 2 horas cheguei.
Mais uma vez o resultado esperado: "O Paraiso nao existe..."



Uma barraquinha com bebidas e alguma comida, meia duzia de coqueiros com umas redes, uns quartos parecidos com celas, humidos, sem mobilia, onde dormi no chao na primeira noite (depois mudei-me para uma rede). A praia pequena e algo rochosa tem uma mare suja que nao convida a banhos prolongados.



Mas, apesar das condicoes basicas, o ambiente era simpatico. Um suico que nao gosta de partilhar a comida. Um ingles e uma holandesa (namorados) que gostam de comer do prato dos outros. Um espanhol que anda sempre nu e gosta de xadrez. Um isrealita simpatico mas de poucas palavras. E uma inglesa que parecia um pouco perdida... Ah! E claro, os 4 indianos que tratavam de nos e confiavam que tudo o que iamos consumindo iamos tambem apontando no livro das contas. No fim, fiz eu propria a soma e com todo incluido os 4 dias que passei no paraiso custaram-me a fortuna de 560 rupias, 10 euros!

E aprendi a jogar gamao!

quinta-feira, novembro 03, 2005

Gokarna

Gokarna e uma pequena cidade santa, cheia de templos que foram construidos e reconstruidos tantas vezes que nao restam sombras da sua verdadeira antiguidade. Infelizmente nao posso entrar em nenhum. Ha uns anos houve um desafortunados incidentes que envolveram turistas meios nus e totalmente charrados... A entrada esta portanto fechada a estrangeiros...

Pelas ruas, ha uma agradavel mistura de lojas dedicadas a peregrinos e a turistas. Nas primeiras vende-se incensos, lamparinas, campainhas. Pulseiras e cordoes laranjas, vermelhos, amarelos e negros. Ha pequenas imagens de deuses Hindus. Ganesh com a cabeca de elefante, Shiva de cor azul com o seu tridente, Bhrama com as suas 4 caras. Para os turistas ha uma coleccao de moda hippie de calcas e camisas largas em tons fortes e tecidos naturais, tudo feito a mao. Brincos, aneis, pulseiras para os bracos, para os pes.

Os vendedores ambulantes dedicam-se quase todos aos peregrinos, vendem oferendas de doces, coco e flores. Estas coloridas oferendas serao deixadas nos templos com incenso e as preces de quem veio de longe rezar as suas esperancas.

A tradicao diz que quem vem aqui para apagar o seu mau karma, cumprir promessas ou pedir bencaos, comeca o dia com um banho purificador na praia e segue caminho pela cidade, de templo em templo, rezando e deixando oferendas e doacoes a deuses e sacerdotes.

Sentada numa esplanada, vejo-os passar, molhados, com os tabuleiros de oferendas, com caras solenes, olhos fechados... Homens de cabeca rapada, cinza na testa, vestidos apenas com um pano branco que os tapa da cintura aos joelhos. As mulheres com os seus melhores saris, bordados a ouro, com flores no cabelo. Caminham devagar, na lentidao de que jejua.

Ao observar estes actos de fe tao diferentes e ao mesmo tempo tao parecidos com os nossos sinto-me um pouco como uma intrusa, como uma turista em Fatima...

quarta-feira, novembro 02, 2005

Na India e assim...

Nao se pode entrar na maioria das lojas. Aproximamo-nos do balcao, apontamos para o que queremos e o vendedor desfaz meia prateleira por cada cliente...



A maioria das pessoas manda fazer as suas roupas em alfaites como este:

A roupa e lavada a mao nas margens do rio ou em tanques gigantes onde tambem se pode tomar banho.


A publicidade e pintada nas paredes e nos carros, nao ha (ou ha muito poucos) soportes tradicionais de publicidade como mupis ou outdoors.


O transito e caotico e e suposto apitar com cada manobra, ultrapassar, virar, ate quando se entra nas curvas...

A McDonalds tem servico de entrega em casa!

terça-feira, novembro 01, 2005

Vacas na praia?