sexta-feira, janeiro 27, 2006

Battambang - Ko Pha Ngan em 36 horas!

Às 8 da manha do dia 27 de Janeiro, o Tom e eu saímos radiantes mas ainda um pouco balançados, do Centro de Meditação em Battambang. O taxista está com pressa e acelera a fundo na estrada de terra que nos devolve empoeirados à cidade.


Pó, muito pó!



No mercado, um pouco atordoados com tanto barulho, fazemos umas compras de ultima hora, afinal tivemos 10 dias para pensar no que queríamos antes de voltar para a Tailândia. Sarongs coloridos, uma rede....

Sarong tipico no mercado de Battambang

Às 11h já estamos a tentar arranjar um taxi para nos levar à fronteira. O motorista não está convencido com os 10$ e quer esperar mais clientes mas nós temos um comboio para apanhar! Furioso, la se faz à estrada e conduz fumegante as 2 horas e meia. Nós falamos pelos cotovelos tudo o que não dissemos na semana e meia que passou.

Chegamos tarde à fronteira... Poipet, uma cidade Casino que mantém a sua estância à custa dos maus hábitos de jogo dos vizinhos tailandeses. Perdemos o comboio mas nada está perdido, há sempre um autocarro como alternativa.

Às 19h estamos em Bangkok e esperançados la vamos para Hua Lamphong - a estação de comboios. Nunca tinha visto nada assim, só a estação de Calcutá seria comparavel: milhares de pessoas, malas, embrulhos, pacotes, crianças, policias, vendedores, carrinhos ambulantes, velhotes, turistas! Toda a gente a tentar desesperada mente sair de BKK! Só então nos damos conta, não só é sexta-feira, como é véspera de ponte pelo inicio do Ano do Cão!

Desanimados apanhamos outro taxi para a estação de camionetas. Outra vez a mesma coisa, um formigueiro ruidoso de gente baixinha e de olhos em bico que nos rodeia e empurra. Mas o universo está do nosso lado e conseguimos os últimos dois bilhetes na camioneta para Surat Thani!

Tantas horas de estrada já fazem mossa e assim que me sento adormeço para as 9 horas de viagem.

Às 7 da manha seguinte acordamos e somos empurrados para dentro de um taxi que nos grita "hurry! hurry! the boat! the boat is leaving!" Ok! Ok! Com calma que estávamos a dormir!

Às vezes tenho a impressão que como turistas temos a oportunidade de ver o que de melhor ha em cada pais, mas tambem infelizmente o pior... o taxista queria levar-nos para uma agência de viagens que lhe paga comissão e que nos ia enfiar em mais um autocarro durante 1h30 para apanhar o barco noutro porto mais distante em vez do porto desta cidade a uns breves 5 minutos de taxi. Gritou-nos, insultou-nos e recusou-se a levar-nos quando dissemos que não queríamos ficar ali... Espantados mas calmos (afinal 10 dias de meditação dá frutos) pagamos o que pedia só para o calar e ficamos cheios de pena dele... :S

Finalmente, apanhamos o barco e chegamos a Ko Phangan 4 horas depois.

Introducing: Mrs. Thomas Dawe


A Odisseia deveria acabar aqui mas ainda conseguimos andar um pouco mais às voltas pela ilha sem decidir onde ficar. No final, quase às 16h da tarde, encontramos na praia de Chalaklum, os Fanta Bugallows, a não mais de 5 metros da linha de agua, o sitio perfeito para passar uns dias antes de ir para o Santuary passar fome!

Ko Pha Ngan

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Meditação Vipassana II

"I'll try anything once, twice if I like it"
Oscar Wilde

Pois é, meditar está-me no sangue, ou pelo menos quero que passe a estar, por isso mais uma vez dediquei 10 dias ao silencio, entreguei-me à rotina, vivi sem relógio, ao som de um sino que me indica o que fazer:

se estou a dormir o sino toca para me acordar;
se estou a meditar é hora de comer e descansar;
se estou a descansar devo ir meditar outra vez.

E assim, ao som das badaladas de um sino, os dias passam e confundem-se uns nos outros numa nevoa que apenas se clarifica quando tomo como referencia o que me ia na mente.

No corpo, senti uma vez mais as dores de estar sentada no chao 10 horas por dia, 3 das quais sem poder mexer um musculo. Senti o desconforto de dormir numa cama de ferro, e alguma fome por nao poder comer depois das 11h.

No espirito, senti o desconforto de dormir num dormitorio de 30 camas com apenas uma fina parede a separar o meu espaco e sem qualquer isolamento sonoro. Senti a energia negativa que estas mulheres, muitas das quais viveram os horrores do regime de Pol Pot, libertavam nos seus pesadelos. Partilhei o ressonar, o assoar, o supirar, o segredar. Partilhei a casa de banho e o duche e a mangueira que usavamos para lavar a roupa. E senti-me observada e analisada por estas mulheres curiosas com a ocidental que parece nao pertencer no meio de 30 cambodianas vestidas de branco, muitas de cabeca rapada em sinal de luto ou de que estao a viver o seu periodo monastico - durante um tempo sao como freiras, dedicam-se aa vida espiritual e aa busca da "iluminacao" para logo voltar aas suas familias renovadas.

E finalmente, quando aceitei as condicoes em que decidi viver durante 10 dias, abri as portas do meu subconsciente e forcei-me a enfrentar mais uma vez medos, frustações, dores, paixões, feridas abertas que está na hora de sarar.

Vi-me na forma de personagens, quase personalidades alternativas à Sofia que vive o dia-a-dia. Discuti com estas Sofia que vivem dentro de mim, lutei com elas, com o que elas representam: os velhos padrões comportamentais que quero identificar e romper.

E voltei ao mundo real um pouco mais forte, um pouco mais inteira, um pouco mais preparada para viver, ou isso espero.

Pagina web Vipassana

Um dia na Cozinha

Antes de me dedicar por completo à vida espiritual porque não fazer uma despedida em beleza dos prazeres mundanos e cozinhar um belo repasto cambodjano?!

A aula de cozinha que incluiu visita ao mercado e tudo, não podia ter corrido melhor!


No mercado compramos coco moido no momento.

Aprendemos a fazer um molho com leite de coco e especiarias:


Uma salada:


Uma sopa:

Ninguém se queimou e no fim comemos todos demais!



Fica a promessa de tentar repetir a façanha destes cozinhados para quem se atrever a ser cobaia numa próxima visita a casa! ;)

domingo, janeiro 15, 2006

Incredible Cambodia

Siem Reap: balde de whisky, na Tailândia é a mesma coisa...
Phnom Penh: manobras de marketing


Phnom Penh: à beira do lago




Battambang: normas de segurança


Battambang: normas de segurança II



Battambang: normas de segurança III

Battambang: normas de segurança IV Sim, Vamos a bordo.... Porquê? Nao sei...
Battambang: normas de segurança V Já que já estamos nos carris do comboio, porque não passear um pouco?

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Frase do dia

Gone to find myself.
If I get back before I return, please keep me here.

domingo, janeiro 08, 2006

Angkor Wat



Não dá bem para explicar em palavras a magnificência, a imponência, a grandiosidade destes templos!

Nem as imagens que aqui deixo fazem justiça a este sitio único!

Ao chegar, somos transportados para outra dimensão, outro tempo.

Podemos ouvir os vendedores e pregoes no mercado, ha 5 seculos atras, anunciando frutas, legumes, cereais.

Podemos cheirar os incensos, as flores. Imaginar imaginamos os sorrisos, a musica, as danças...

Nestas pedras, polidas por milhares de caminhantes e peregrinos, senti tempos e espaços que não sei descrever.


Sim! É tão inclinado como parece!


Os templos da Lara Croft... (são mesmo estes, o filme foi feito aqui.)


sexta-feira, janeiro 06, 2006

Turismo insustentável?

No Cambodja começamos a ser enganados na fronteira...

Um senhor bem vestido e muito simpático "ajuda-nos" a escapar dos taxistas que nos querem cobrar o dobro do normal. Saímos da frigideira, caímos no lume...

Paguei 10$ (uma fortuna, 20$ é o salário de qualquer funcionario publico comum) para ser metida numa carripana ferrugenta, sentada num banco partido todo torto.

Saímos já com 1 hora de atraso e ao longo dos 130 km de caminho tudo foi feito para que a viagem demorasse o máximo tempo, para que chegassemos de noite, quanto mais cansados melhor...

Um pneu que é preciso trocar ainda que não se perceba porquê... 3 paragens para ir ao WC... Acelerar o máximo na pior parte da estrada, vamos fazer "batido de turistas"! (Ainda tenho 2 nódoas negras no braço...) Sem Ar Condicionado mas com as janelas bem abertas para que entre o pó (que misturado com o suor nos transforma em bonecos de lama cor de laranja...)

À chegada, em vez de na praça central, depositam-nos à porta da Guesthouse que pagou a comissão por esta remeça de turistas prontos a ser engrupidos. Cansados, sujos, numa cidade nova ja de noite, ninguem tem coragem para discutir... nem para apanhar um taxi e ir para outro sitio... sabemos la onde estamos e o que pode acontecer...

Pelo menos desta vez saiu-lhes furado o esquema. Dos 20 só 2 ficaram na Guesthouse. Rapidamente encontrei outro sitio, tomei um banho e voltei a sentir-me gente mas há sempre algo que se quebra quando somos mal tratados...

Ficamos... um pouco tristes, sentimo-nos enganados, baixamos o olhos... gostamos um pouco menos de estar aqui... mas afinal são só 10$, isso não é nada! E sentimo-nos culpados porque temos muito mais dinheiro no banco do que a larga maioria da população deste pais ganhara a vida inteira e somos demasiado bem educados para reclamar, para dizer não... é com isso que eles jogam... Acham que porque temos mais dinheiro, merecemos ser enganados. É a deshumanização, a perca de valores total, é ser tratado como uma carteira ambulante e não dizer nada... Pior de tudo, é perder a confiança... É não conseguir olhar com bondade a miséria alheia, perder a vontade de ajudar... e perder o sorriso que é o melhor que podemos dar.

Mas há um lado bom do turismo! Não perco a fé!

Relatorio da ONU sobre Turismo Sustentavel :)

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Laos

Para que nao haja duvidas, estamos num pais Comunista.
Vientiane. A capital. Nem um aranha ceus a vista!
Templo Pat That Luang em Vientiane.
Os templos sao pintados e repintados. Por isso parecem sempre novos, so notamos que estamos num local de cullto antigo ao sentir as vibracoes de anos e anos de meditacao.
16h30, hora de tocar o sino.
Sala de Aulas
Apesar de estar nas traseiras de um mosteiro, esta sala de aula deixa bem claro quem manda em Laos e quais os valores que sao importantes aprender aqui...
Luang Prabang. Quem diria que esta e a vista de uma cidade?

Vender tangerinas a luz de velas? Porque nao? :)

Mosaicos tipicos.

Representam cenas da vida comum deste simpatico povo. 80% ainda vive da agricultura.

Beerlao... provavelmente a melhor cerveja do sudeste asiatico!

quarta-feira, janeiro 04, 2006

O meu Pai é o máximo!

O meu Pai esteve ca pelo Natal e passagem de Ano.


Ele odeia viajar mas apanhou 6 aviões (ida e volta) para se encontrar comigo no norte da Tailândia.

Fizemos um curso de yoga juntos. 7 dias de puxa-e-estica todos os musculos ha muito abandonados. No fim de cada dia o corpo cada vez mais dorido... Cada manha mais dificil sair da cama... Aguentamos e temos um diploma que o prova!

Seguimos para Laos, para Luang Prabang, no meio de lado nenhum. 320km, 8 horas de camioneta (!) por uma paisagem de montanhas inebriante mas tambem algo enjoativa com o condutor a acelerar a entrada e a saida de cada curva! Juntem a cadeira desengonçada e eventualmente partida, um bebe a chorar metade da viagem, e como banda sonora a hit-list dos karaokes tailandeses... foi um mergulho profundo no circuito "mochileiro"!

Obrigada pelo esforço Pai.
Por estes e por todos os outros.
Sei que às vezes não é nada fácil, eu não sou nada fácil...
Mas à sua maneira o Pai nunca deixou de me apoiar e de me mostrar que me ama e que posso contar sempre consigo. Sempre, incondicionalmente. Essa é a maior dádiva que recebo e a melhor lição que todos os dias aprendo consigo.

Estou muito orgulhosa do meu velhote. :)

domingo, janeiro 01, 2006

Feliz Ano Novo!!!

Muita Paz! Muita Felicidade! Muito Amor!
E todas essas coisas boas para 2006.

Segundo os chineses 2006 e um "ano de Cao" mas eu tenho a certeza que nao. ;)

E segundo os Tailandeses estamos no ano 2549!