domingo, dezembro 25, 2005

Feliz Natal

Que os nossos coracoes se encham de Paz para que em silencio possamos escutar a mensagem de Amor que trazemos dentro de nos.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

historia de uma semana non-stop

Está na hora de fugir de ingleses como estes...

E de noites como esta....


Eu sou a mancha da esquerda. A minha visao estava tao desfocada como a fotografia...

2a. feira, 12 de Dezembro


14h30 Cais de embarque Ko Tao

Eu e a minha valente ressaca apanhamos o barco de volta para o continente.
Converso com um casal alemão que volta a casa pela primeira vez depois de 2 anos e meio a viajar. A sua disposição cinzenta rivaliza com o cinzento do céu que parece preste a desabar sobre as nossas cabeças em forma de chuva.
À distancia vemos o Rainbow Warrior.
O que estarão aqui a fazer?
Protecção do recife de Coral?
Vida marinha profunda? Não sabemos...

19h Chunporn

Desembarcamos directamente para uma minivan que nos leva ao seguinte transporte.
Sou a única que fica na estação de comboios por isso compro o jornal (Bangkok Post) e instalo-me num banco de pedra desconfortável, ao relento, para a hora e meia de espera.

20h30 Estação de comboio, Chumporn

Chega o comboio e descubro que o meu vagão esteve este tempo todo parado na estação à minha frente... A manobra da locomotiva para o "agarrar" demora um bom bocado.
Entretanto instalo-me.
1a. classe!
Um luxo!
Esta cama é melhor do que a maioria das camas por onde tenho dormido.
Troco 4 frases com o inglês que viaja à minha frente, o suficiente para ficar a saber que tem 19 anos, acaba de terminar o curso de instrutor de mergulho em Ko Tao, vai passar o Natal a Bangkok com a família e depois segue para a universidade na Nova Zelândia.
Onde é que eu andava com 19 anos?! Adiante!
Tapo-me com a toalha turca gigante que no sul da Tailândia se usa como cobertor e adormeço quase instantaneamente.

3a. feira, 13 de Dezembro

6h00 Vagão 19, Comboio para Bagkok

Assisto maravilhada à destreza do "hospedeiro" a transformar as camas em poltronas amplas e confortáveis. Humm... posso habituar-me a isto!
Não nos dão pequeno-almoço.
Uma pena... eu que gosto tanto desse pão semi-doce recheado de geleia de sabor não identificado mas sem duvida 100% artificial! :P

7h30 Estacao Central, Bagkok

Dirijo-me directamente às bilheteiras, vou para Ayuntaya, antiga capital do Reino de Sião.

8h15 Comboio para Ayuntaya

Engulo de uma vez só dois pacotes de leite gelado comprados na loja de conveniência da estação. Que saudades tinha de leite frio! Na Índia, o leite é tão fresco, tão acabadinho de sair da vaca que tem de ser fervido e não aguenta no frigorífico... dois meses sem uma das coisas que mais gosto... ando a vingar-me desta falta todos os dias desde Singapura!

10h Estação de Comboios, Ayuntaya

Deixo a mochila no bengaleiro, compro o bilhete para logo à noite, alugo uma bicicleta e vou explorar a cidade.
Salto de templo em templo, de ruína em ruína, sem ficar demasiado impressionada com estas construccoes em tijolo e estuque...


19h Parque Histórico de Ayuntaya

Assisto a uma mega produção sobre a historia de Ayuntaya, encenada nas ruínas, em tailandes... Não percebo nada mas os efeitos de luz e som, o fogo de artificio e a coreografia de elefantes e actores é fantástica!



23h Estação de Comboios, Ayuntaya

Mais um comboio, desta vez em 2a. classe, sentada... que diferença, sniff... E o Ar Condicionado no máximo! Parece um frigorífico. Esqueço-me de cobrir o pescoço e... chego a Phitsanulok com a garganta a arder...

4a. feira, 14 de Dezembro

5h00 Estação de Comboios, Phitsanulok

A estas horas não vou procurar hotel por isso instalo-me na estação para esperar o nascer do dia. Outro banco de pedra ao relento... nunca terão ouvido falar de salas de espera?!

7h00 Pousada da Juventude, Phitsanulok

Não tenho a certeza se é uma casa construída numa arvore ou arvores a crescer dentro de uma casa mas nem reparo muito. Tenho a garganta feita num oito e preciso de uma cama.

12h00 Quarto 212, Pousada da Juventude, Phitsanulok

38,5 C de febre... Mer&%$#@!

14h30 Quarto 212, Pousada da Juventude, Phitsanulok

Reage miúda!
Vá! Um banho!
Oh não!
Não há agua quente!
F&%$#@&%$#@&%$#@!!!

20h Quarto 212, Pousada da Juventude, Phitsanulok
A febre baixou e estou esfomeada!
Descobrir cidades à noite não é o meu ideal mas la vou em busca de comida.
Encontro o Night Market local (há um em quase todas as cidades tailandesas) cheio de gente e nem um turista à vista. Se não estivesse doente estaria a adorar!

5a. feira, 15 de Dezembro

11h00 Camioneta para Sukothai

Outra vez o Ar Condicionado. Desta vez não me esqueci do lenço para o pescoço. ;)

12h00 Estação de Camionetas, Sukothai

Fujo dos taxistas que querem 300 baths para me levar ao parque histórico e apanho um Sangkaew (literalmente quer dizer duas filas). O pequeno veiculo vai mais cheio do que deveria entre pessoas e mercadoria e ainda paramos para que entrem mais passageiros.
Apertem-se!
Cabe mais um!
Já percebi que esta é uma característica asiática: nas bicicletas são muitas vezes 2 pessoas, nas motos famílias inteiras, nos sangkaews nem vale a pena contar e os autocarros... bom lata de sardinhas é um understatement.

13h00 Parque Histórico de Sukothai

Alugo uma bicicleta e descubro tranquilamente mais ruínas de tijolo e estuque... Leio a historia dos príncipes siameses que invadem, conquistam e voltam a perder sucessivamente os territórios que os rodeiam. Laos, Cambodja, Birmânia e ate o Vietname já foram varias vezes um só reino.


22h00 Centro Comercial, Phitsanulok

Depois de jantar tenho alguma dificuldade em encontrar um taxi pelo que decido apanhar uma moto-taxi... socorro!
O motorista não fala inglês (pelo menos não me vai tentar enganar no preço, obviamente não está habituado a turistas) mas la lhe explico que quero ir à Pousada de Juventude.
Ao chegar gesticulo Wait! Wait!
Agarro na mochila e penso "Isto é má ideia..." mas sento-me na moto com a mochila (15kg) às costas. No caminho começo a achar que não estamos a ir na direcção certa e tenho razão, chegamos à estação de camionetas!
Não, trainstation, train! Railway! Shu, shuuu! Um dicionário por favor!

00h00 Estação de Comboios, Phitsanulok


Ainda de cabelos em pé apanho o comboio para Chiang Mai.
Estou tão podre que nem me importo de ir sentada e adormeço instantaneamente.

6a. feira, 16 de Dezembro

7h30 Estação de Comboios, Chiang Mai

Não vou apanhar um comboio, nem uma camioneta, e muito menos uma moto-taxi nos próximos dias!

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Olhem so...

... o que recebi hoje!

Fotografias da minha pessoa! Ah pois porque isto de viajar sozinha quer dizer que saio em todas as fotografias... atras da camara... :S

Ora pois bem, estas foram no deserto, em Jaisalmer, lembram-se do Coca-Cola?

O dia ate comecou tranquilo com um almoco intercultural que incluia representantes de 3 continentes! Argentina, Corea, Espanha, Portugal e Inglaterra. Viva a Globalizacao!


O por do sol na duna inspirou o artista em todos nos!


Ja repararam nos turbantes mais fashion que nos temos?!


A noite, reunimos as nossas lanternas e improvisamos um candeeiro.

De destacar duas coisas:

1. todos tinhamos lanterna, e canivete (essas magnificas checks-lists dos guias que nao nos deixam sair de casa sem estar devidamente preparados);

2. a garrafa! Whisky indiano, delicioso!


A noite prossegue com um jogo de cartas cujo o unico objectivo e beber... seguimos para a cerveja indiana, estava quente (estamos no deserto...) e dizem as mas linguas que contem diversos ingredientes toxicos pelo que a ressaca promete... mas depois do whisky, who cares?!


Acabamos todos amigos e... um pouco alcoolizados... :)

Fotografias by Nohemi. Gracias!

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Ko Tao - Tailandia


Nesta praia magnifica aprendi a mergulhar com um SCUBA... não sei dizer isto em português...
I learned to SCUBA-dive! Pronto!
Dêem-me um desconto, só falo português uma vez por semana...

Fiz um curso de 4 dias o que quer dizer que posso mergulhar até 18/20 metros de profundidade.
Respirar de baixo de agua é assustador... estar tão dependente daquela garrafa... saber que se falhar algo não podemos exactamente bater os pés e vir cá a cima respirar... é preciso controlar muito bem o corpo e a mente para não entrar em pânico e claro aprender a tirar agua da mascara debaixo de agua, por e tirar o respirador da boca sem me atrapalhar... Ao fim de uns exercícios já me sentia à vontade, como peixe na agua!

E as paisagens submarinas valem a pena. É único! Uma experiência de corpo inteiro estar ali rodeada de tanto azul, onde o único som são os Peixes-Papagaio a picar os corais e a minha respiração, a sensação de leveza... :)

Tive sorte e vi uma tartaruga! Nadei ao lado dela uns bons 5 minutos. É incrível como os peixes ignoram completamente a nossa presença. Acho que nenhum animal terrestre se deixa observar assim tão de perto.

domingo, dezembro 04, 2005

Um mercado, em Kuala Lumpur



Kuala Lumpur

A Malásia não me cativou... Talvez seja este meu reflexo automático de rejeição quando começo a ver muitas mulheres muito tapadas... com este calor andar de burka é dose!



(Para quem anda distraido, este é um pais muçulmano)


De qualquer forma, viajar na Malásia é caro. E nesta altura do ano, metade do pais está fechado com a monção de inverno. Por isso fiquei 2 dias em Kuala Lumpur e segui viagem.

Esta é uma cidade moderna e organizada mas mais ao estilo de Lisboa onde, como disse o Diogo, "tudo funciona, mais ou menos."

A grande atracção são merecidamente as Torres Petronas.


De facto impressionantes, as torres são neste momento as mais altas do mundo. Não se pode subir até lá a cima mas levam-nos a uns ainda assim impressionantes 147m de onde a vista é...



O resto do tempo passei a passear pelas outras "ditas" atracções: um jardim, um parque de aves... um dia teria sido suficiente... :-P


Bom, bom foi conhecer o Phil e o Krishna.

O Phil mostrou-me que há mais pessoas a viajar que se interessam pela historia e cultura dos paises que visitam. Decidi chamar-lhes "viajantes Rough Guide" em oposição aos "Turistas Lonely Planet"

Passo a explicar: O Lonely Planet é como uma lista telefónica de cada sitio, extremamente útil mas não nos ensina practicamente nada, na melhor das hipóteses recomenda um livro ou outro e dá uma dicas para de como evitar deslises culturais graves. O Rough Guide pelo contrario investiga a fundo a historia de cada sitio e dos seus monumentos, tem informação detalhada sobre cada um deles, além é claro, dos hotéis e restaurantes (que normalmente são os mesmos nos dois).

Este simpático inglês estava em verdadeiro êxtase com umas esculturas que tinha trazido da Indonésia de uma aldeia onde passou uma semana. Pode parecer pouco mas depois de dois meses de isrealitas e ingleses bêbados e de pseudo-yogis e quarentoes perdidos em busca da iluminação, começava a achar que não ia encontrar ninguém "normal" (seja lá o que isso quer dizer...)

O Krishna puxou por mim e passei uma hora a falar sobre os comos e os porquês desta viagem... desta conversa, os detalhes ficaram para outro dia... :)

PS para minha desgraça... neste momento ando com um Lonely Planet... :P

sábado, dezembro 03, 2005

Singapura

Depois do impacto inicial da limpeza, arquitectura arrojada e moderna e organizacao, apesar de continuar maravilhada com estar de volta a civilizacao, pergunto-me, "que civilizacao e esta?".


Observo as pessoas. Andam todos com pressa. Ninguem sorri a ninguem. Mini-saias, mini-t-shirts, mini-sapatos. Todos com as mesmas roupas caras, os mesmos acessorios modernos. Todos diferentes mas todos iguais...

Ha dezenas de centros comerciais. Alguns tradicionais, outros especializados em tecnologia, entretenimento ou mesmo em saloes de beleza (imaginam o que e 5 andares de cabaleireiros, manicures e pedicures?). Para todas as bolsas e estilos. E estao sempre cheios!

Em Orchard Road, as decoracoes de Natal, lembram toda a gente que e altura de gastar dinheiro, e os singapurenses parecem bem contentes de o fazer.




Vejo pouco simbolos religiosos ou templos. Se o tipico indiano nao da um passo sem acender um pauzinho de incenso para um dos seus deuses, em singapura nao se da um passo sem se acabar num centro comercial.



Numa nota positiva: as raizes culturais das varias etnias que formam a populacao sao cuidadosamente preservadas. Os predios de Little India e Chinatown (Museu) foram completamente restaurados dando a estas zonas um aspecto verdadeiramente unico. Alem disso, ha uma aposta forte nas artes contemporeneas e foram criados espacos incriveis para as acolher como a Esplande e a Substation e o Museu de Arte de Singapura. Um pouco de alma na cidade mais consumista que ja conheci.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Heaven! I'M IN HEAVEN!

Nao e exagero! E isso que sinto!

Ao aterrar, ver esta ilha maravilhosa, a surgir do mar durante o amanhecer foi espectacular. E havia mil embarcacoes! Cargueiros, barcos de passageiros, cortando a agua lentamente (ou assim me parecia do aviao) dirigindo-se, como se atraidos por uma forca especial, para SINGAPURA.

Fico fascinada com o aeroporto... esta tudo tao limpo... tao bem cuidado... no caminho para o metro (MRT) deparo-me com um cantinho feng-shui. Uma cascata artificial numa parede de granito cinzento escuro terminando num lago com pequenas arvores e arbustos. Apetece-me sentar-me ali e ficar a olhar para a agua a cair a manha toda.



No metro (de superficie) vou maravilhada. Espaco, agua, verde, luz.

Saiu numa estacao que desemboca num centro comercial.
Ha uns meses teria fugido. Hoje passeio-me pelos corredores, encantada.

Vou para o hotel a pe, e perto. Pareco uma crianca a olhar cada aranha-ceus ate la'ciiimaaa.

Sorriu sem saber porque, ou sabendo, saboreando cada momento desta volta ao meu mundo. Que sorte tenho, de poder estar aqui!

O hotel e fa-bu-lo-so! Limpo! Cheira bem! Os duches tem daqueles reguladores para fazer massagens! E ha sempre agua quente! E ha maquinas de lavar roupa na cave que funcionam com uma moeda! E posso beber agua da torneira! Estou numa especie de pousada de juventude, atencao, a dormir num dormitorio de 6 com casa de banho ao fundo do corredor. Nao pensem que fugi para o Ritz. Mas sinto-me como se estivesse la!

Durante todo o dia vivo esta sensacao intensamente. Esta descoberta dos nossos luxos. Caixotes do lixo pela rua. Electricidade constante (nao ha nem o barulho, nem a poluicao dos geradores). Passeios bem empedrados. Ruas ajardinadas. Esculturas de arte comtemporanea. Nao ha buracos. O transito flui, sem apitos. As linhas brancas parecem recem pintadas. Os predios tambem. Carros modernos. Nao ha caes vadios. Cheira bem.

E claro... a maior diferenca de todas...
o que estou a pensar... a sentir....
mas me custa dizer...
nao ha pobreza para me chocar...
nao me refiro a pobreza mais obvia...
nao me refiro so aos meninos sujos, vestidos com trapos...
refiro-me a maioria das pessoas que me rodeiam na rua.
Em Delhi, em Chennai, em Calcuta, a maioria das pessoas, viasse que tinham pouco pelas roupas gastas, pelas rugas, por irem a empurrar uma carroca... aqui nao.
Aqui vejo a febre consumista do ocidente em todo o seu esplendor...