Templo Zi Xiao
Encontrei um decrépito edificio a precisar de obras urgentes com inflitrações, maus cheiros, corredores sujos, alcatifas poeirentas e quarto frios. Encontrei 30 estudantes chineses cuja única ocupação na vida é o kung-fu, liderados por Mestres que não devem ter mais de 25 anos. Encontrei 6 rapazes ocidentais que vieram para aqui aprender artes marciais durante 3 meses ou mais, que aceitam estas condições básicas em troca de um treino que ainda não caiu totalmente no comercialismo das outras escolas que aceitam estudantes estrangeiros.
Da janela do meu quarto observo os aprendizes chineses, dos 6 aos 20 anos de idade, de cabelo comprido preso num carrapito no alto da cabeça. Treinam o uso de armas antigas, espadas, punhais, lanças, treinam murros, pontapés, saltos... Parecem feitos de borracha, têm molas nos pés, movem-se com uma graciosidade que faz tudo parecer tao fácil.
Exibiçao dos estudantes chineses no Templo Zi Xiao, próximo da escola.
Os ocidentais estão à parte. Aprendem Tai’Chi, Chi’Gung, Kung Fu. Não parece haver demasiada organização nem o professor é muito autoritário. Fala um inglês básico.
Apesar de não ter desgostado do ambiente decidi não ficar, para quem fica menos de um mês o preço é demasido elevado. Vou para Shaolin ver o que encontro por lá, não sem antes exigir uma festa ao rapazes!
Não se fizeram rogados e compraram uma grande de cerveja chinesa por 3 euros que bebemos em poucas horas. Acabei a fazer análises psicológicas de todos os presentes, só eu! Nem sei bem como encontrei o meu quarto! Fico sempre surpreendida com a minha capacidade de chegar a casa, tirar as lentes de contacto, deitar-me como se nada fosse e não me lembrar de nada no dia seguinte! :P
Javi: sente-se mais confortável aqui do que em Espanha pelo que cultiva um certo ar chinês na barba e no cabelo que está a deixar crescer...